Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Marca d'água




Por George W de B Cavalcanti*


A poesia surpreende sempre,
faz do poeta um missionário
em tempo integral, perpétuo,
sem aviso prévio ou horário.

De janeiro a janeiro, lembro,
ser voluntariamente intimado
a dizer que há poesia, mesmo
no simples banho de chuveiro.

Ao entardecer, à hora mágica
e na casa da nossa intimidade;
rir das roupas deixadas de lado.

E, enfim, sob a ducha perceber
na tepidez líquida natural a fluir;
a sensual carícia no todo escorrer.



(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lua de vinho


Por George W de B Cavalcanti*


Amargor de solidão antiga se transforma em dor,
que nas demandas e afazeres às vezes se acalma,
mas na indiferença social do contexto é a erosão,
que carcome solidez granítica do denso intelecto;
insidiosa, a infiltrar-se em qualquer ínfima fenda,
prossegue no âmago, e cria grande vazio na alma.

Com sutil clamor de olhar a gemer no semblante,
espelho no qual tanta gente evita ver na verdade,
quando ilusório é fingir e fugir de ver face a face,
e tantos cavilam fantoche de alegria cambaleante;
ao invés de se dar chance e poder amar a alguem,
em fervor sob aparência de compulsivo relutante.

Diferente autocomiseração é a obsequiosa inveja,
que se tem de casais em idílio de mútua pertença,
é o querer buscar porta a fora a peregrinar na rua,
enquanto o tempo é busca mais os cabelos alveja,
e a realidade despe-se o concreto e se mosra nua;
num banco qualquer  ver a bruma pratear o vinho,
e levar versos à musa até que o sol esconda a lua.

Lua da espera, a banhar de púrpura àquele banco,
espaço qualquer onde passar o tempo e o espanto,
e, nutrir aquele ministério do livro, povo e templo,
congregação distante do fiel quase em desencanto,
faz o satélite se embeber no vinho que contempla;
poderia ser aquele que recebe sereno como manto,
vida e luta que levo, contudo o coração não tranco.


  (Ilustrações - fonte: Google Imagens)

domingo, 9 de setembro de 2012

Faroeste usinando (reflexões, edição 11)



Por George W de B Cavalcanti*


  • Faroeste caboclo  ~ Suposta palavra de ordem de cacique esquerdista a pré-candidadto do seu partido e que ousou confrontá-lo em convenção partidária municipal na cidade do Recife - PE [como nas falas de "filme de far-west"]: "Keep yours, Rands!" (03/07/2012)
  • Mão e contramão ~ Mão é: Brasil 3D (Dilma, dinheiro e desenvolvimento) e contramão é: Brasil 3C (corrupção, coronelismo e "chibata"); e, as eleições municipais dirão qual dos dois é o preferido da "classe C full HD". (05/07/2012)
  • Tradição e renovação ~ Entendo que, o melhor servir ao Eterno se faça na soma da tradição com a divina unção misericordiosa, em socorro aos necessitados; aos aflitos e oprimidos pela contemporaneidade. (08/07/2012)
  • Onde está a honestidade? ~ Bom, entre os moradores de rua do Viaduto Azevedo na Zona Leste de São Paulo a honestidade está. Então, se mudarmos o Congresso Nacional para lá talvez resolvesse; já que, "o homem é produto do meio". (09/07/2012)
  • Lei de talão (leia-se, lei de talião) ~ É, parece que "cachoeirismo" é viral e o bicho pega: "quem com bicho fere com bicho será ferido". E o mandato do Marconi corre Perillo. (17/07/2012)
  • Domicílio da realidade ~ A realidade é movida a sobrevivência e a morada da sobrevivência nunca está nos extremos; o desenvolvimento e o progresso agradecem. (18/07/2012)
  • Natureza improvisada ~ Nostálgico botanicamente testemunho em margem nordestina atlântica, aonde deram fim à mata, urubu - que é bicho de rochedo e copa mais altaneira - resignado pernoita empoleirado em prosaica folha de coqueiro. (19/07/2012)
  • Difuso, confuso e obtuso ~ O político corrupto é um assassino difuso que se locupleta em um Estado confuso, em detrimento do cidadão obtuso. (02/08/2012)
  • Ilusórios rituais ~ Do ponto de vista físico e corporal esta vida é uma sucessão de rituais de iniciação e de finalização, entremeados por fascinantes ilusões. (04/08/2012)
  • Ingrato grevismo ~ Grevista não pune quem é pago pelo povo para representá-lo: o político com mandato. Grevista só pune quem paga o salário dele: o povo. (09/08/2012)
  • Eleitoral enganosa ~ Se dependesse da propaganda eleitoral o Brasil estaria com todos os problemas resolvidos. (10/08/2012)
  • Paradoxo brasileiro ~ Vivemos em um país para o qual a educação é tudo e, no entanto, onde para a educação tudo é difícil. (15/08/2012)
  • Liberou [quase] geral ~ Deputados brasileiros aprovaram a abolição da Lei da Vadiagem, e agora só faltam criar e aprovar projeto criando a "Lei da Legislação Em Causa Própria"; nesse sentido a única ainda consuetudinária por aqui. (17/08/2012)
  • Vacina anti-desgraça ~ A única maneira de acautelar-se da desgraça é atentar que, nada é de graça, à exceção das divinas graças; evidentemente.
    (22/08/2012)
  • Ideias de resultado ~ As melhores ideias que dão certo são as resultantes da parceria entre o conhecimento e a propícia condição econômica do idealizador. (22/08/2012)
  • Solo e solas  ~ Historicamente o que seria dos generais se não fossem os sapateiros. (22/08/2012)
  • Tirana colaboração ~ Os tiranos só prevalecem enquanto a colaboração irrestrita mata a criatividade. (23/08/2012)
  • Páginas de coragem ~ Há muito tempo perdi o medo de ler livros de muitas páginas e ganhei coragem para enfrentar a ignorância. (25/08/2012)
  • Justo paralelo ~ Em minha rotina de solidão e luta, heroicamente consigo perceber e relatar poesia. E, se "o poeta e o vencedor são pessoas solitárias", ouso imaginar ter algo a ver com eles. (27.08.2012)
  • Diário de classe ~ Sociedade que despreza e depreda à classe de escola, revela a insanidade de uma sociedade sem classe nenhuma. (29.08.2012)
  • Ética de merecimento ~ Na realidade não somos donos de absolutamente nada, apenas moralmente algumas coisas existem prioritariamente para nós se fizemos eticamente algo para merecê-las. (03.09.2012)
  • Miséria e glória ~ Todos somos miseravelmente ou gloriosamente complexos na proporção em que nos compreendemos a nós mesmos, aos outros e mutuamente. (04.09.2012)
  • Alfabeto inclusivo ~ A cultura da competição nos cobra referência ao "estado alfa" em tudo e a todo instante. No entanto, o alfabeto não funciona com uma letra só; da alpha (Α α) à omega (Ω ω) todas são igualmente necessárias à completa expressão do pensamento. (06.09.2012)
  • Usinando a vida ~ O introvertido permite-se dar mais tempo ao próprio cérebro para pensar melhor; qualitativa e quantitativamente. Por isso tantos deles criam e inovam tanta coisa ao longo das eras; os tímidos usinam a história. (06.09.2012)


  •  
     
    (Ilustrações - fonte: Google Imagens)

    domingo, 2 de setembro de 2012

    Poema túrgido



    Por George W de B Cavalcanti*


    Reflexão,
    e dedicação
    desde o início;
    indicação lúdica
    na nesga de humor
    entremeando a lógica,
    brincando com a forma
    na cadência destes versos,
    recorrência tão morfológica.
    E, mudança a inverter a cena,
    em sílabas e versos aguçados,
    agora assim de ponta-cabeça;
    a destilar toda sua essência
    que afine em ritmo e rima
    à reprodutiva sequência
    por essa estrofe afinal,
    a fixar um discurso
    no pontiagudo
    da palavra
    curta e,
    ponto
    final.




    ( Ilustrações - fonte: Google Imagens)

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