Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

domingo, 29 de abril de 2012

Sonora epifania


Por George W de B Cavalcanti*


Celeste coral acolhe anjos de toda cor,
daí toda sua paz, beleza e plena glória,
do mais jovem escutei o solo de amor;
o louvor a transcender toda memória.

Andamento dado pelo respirar da vida,           
compasso do mar e percutir de  trovão,
harmonia perfeita nunca antes ouvida;
na suprema morada em total contrição.

Branco e azul a emoldurar o esplendor
do perfeito maestro regente da história;
já livre de contenda, de mágoa e de dor.

Som inefável no Eterno recebe acolhida,
porque coração de criança em devoção;
e alegria de justos, em canção traduzida. 


(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

domingo, 22 de abril de 2012

Tempo sem máscara



Por George W de B Cavalcanti*


Escutar o escoar da existência
dessa areia que conta o tempo,
da civilização sem consistência
seguindo torta no seu caminho;
deixando no rastro a evidência
de imensa colcha em desalinho.

Achegar para assim nos balizar
por um ângulo de outro escopo,
mas nem sempre a nos sinalizar
de algo de bom em nosso copo;
os cubos de gelo a nos suavizar     
essa sensação de estar no topo 

Resta saber se a nossa história       
toma esse trem em movimento,    
que nos levaria à alguma glória
júbilo por algum similar evento;   
a colocar orgulho na memória   
e esboçar no todo meu intento.   

O observante é ser observado  
ao cair as máscaras do tempo      
chegar o dia e tudo é revelado 
o poder tem seu contratempo;
a cessar o que vai enovelando
com elã em cada pensamento.   

Nas sombras urdem parcerias
viciosas, vis parceiros astutos
a erguer em nossas cercanias
as muralhas de ardis vetustos;
produzem intensas cacofonias
ao abafar o clamor dos justos.        

É macabro bailar de  imagens
em gasto filme preto e branco
com seu deserto são miragens
que, da falsa cena eu arranco;
para prosseguir outras viagens,
na força do sentimento franco.

Razão e tempo tiram máscara     
a revelar quase oculta metade
da realidade que se escancara     
suja dos engôdos da maldade;
vem luz do bem e desmascara
o modernoso da modernidade.

Realidade que toma de assalto
o cotidiano 'diálogo de surdos'
e nas esquinas há mãos ao alto
por inepta gestão de absurdos;
cena de cangaceiros do asfalto
nessa nova guerra de Canudos.

Um sério compromisso conduz
a avaliar dia a dia nossa história 
pelo brilhar da mesma forte luz
não desistir ou pedir moratória;
porque desde sempre ela reluz,
mesmo a lampejos na memoria.

Serão nulas todas as  entidades
que useiras de abjetas condutas
vezeiras de todas suas vaidades
recorrentes são na  força bruta;
ninguém afronta razão absoluta,
nem oculta por inteiro verdades.



(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

sábado, 21 de abril de 2012

Massa alegórica (reflexões ~ ed. 5)

Por George W de B Cavalcanti*
(título modificado em 06/07/2012)


Massa crítica ~ Aterrissa em solo pátrio mais uma maracutaia aloprada e, desembarca acenando, mais um deboche ao cidadão contribuinte e aos usuários dos nossos terminais aeroviários. Traduzindo: Venda de nossos aeroportos, com até 670% de ágio, a consórcio de fundo de pensão de estatal com empresa sem massa crítica e sem experiência internacional em administração de aeroporto. Ou seja, mais uma vez estão "trocando seis por meia dúzia". (05/02/2012)  

Tal cidadão ~ O calvário da cidadania neste país tem-me atingido de diversas e reiteradas maneiras, ao longo da minha já maturada vida. E, sem que isto desperte, da parte de algum afortunado ético, qualquer iniciativa de apoio à minha subsistência e progresso. O que a essa altura leva-me à pergunta: será que isso acontece porque o tal cidadão não existe? (09/02/2012)  

Atenção solidária ~ A minha história pessoal, de uma vida limpa e reta pautada pela moral e ética religiosa, tampouco mereceu atenção solidária e algum suporte material da parte de qualquer religioso. Portanto, particularmente tenho motivo de sobra para acreditar em Deus e em milagres, bem mais do que em líderes religiosos. (09/02/2012)  

Educação e paz ~ Armas e munição demais e educação de menos, e, a criminalidade com "valor agregado" pelo combate a esta como geração de emprego e renda; esperar o que? Que as forças armadas combatam a polícia? Ó dura cerviz, ó insana gente. (09/02/2012)  

Aloprado carnaval ~ Neocomunistas profissionais são bons em incitar às greves e às desordens; já em terminar com as mesmas, parece que nem tanto. Vamos ver se agora são bons mesmo em fazer "o maior carnaval". (09/02/2012)  

Insegurança e erro ~ A pessoa mesquinha é insegura o suficiente para nunca reconhecer o erro que comete. (10/02/2012)  

Trilogia ~ O amor ilumina, o desejo turva e a paixão cega. (10/02/2012)  

Genérico investimento ~ A amizade do pobre com o rico vai até onde termina os trocados de um e começa a fortuna do outro. E, nem dá para imaginar estar na mesma turma; seja de time de futebol ou de ideias. Um é remédio genérico e ou outro é fundo de investimento. (10/02/2012)  

Viciosa ~ A natureza do vício é a vítima e o assassino ser a mesma pessoa. Então, se a humanidade é vítima e assassina de si mesma, logo, a natureza da humanidade é viciosa. (10/02/2012)  

Babel ~ A dedução, ilação, conclusão, inferência ou passagem de uma verdade a outra - julgada tal em razão de seu liame com a primeira -, é diretamente proporcional à referência mentalmente acumulada . E, portanto, qualitativamente fica a depender da sensibilidade, conhecimento, nível de percepção e de intelectualização do indivíduo que a faz. Daí porque a qualidade de vida, tendo por base o nível educacional, permeia o quadro apresentado como determinante quantitativa. Então, a escolha política é simples: educação integral ou "Torre de Babel". Ou as inferências se aproximam ou os desmandos predominam. (12/02/2012)  

Senilidade institucional ~ O principal efeito colateral do corporativismo é a perda do senso de justiça. (14/02/2012)  

Saudade do futuro ~ Que saudade do tempo de um país em que a oposição era oposição. Arauto da ética e da moralidade na defesa do aperfeiçoamento político, do estado de direito, da cidadania, das instituições, da justiça social e  da isonomia na distribuição da renda. (14/02/2012)  

Descolando ~ O topo da pirâmide social brasileira continua se descolando economicamente do restante e aumentando o abismo da distribuição - digo, defasagem -  de renda entre o mais rico e o mais pobre, em proporção abissal. (14/02/2012)  

Inteligente sábio ~ O indivíduo inteligente é o que não costuma remoer problema e o sábio é o que costuma buscar a solução. (14/02/2012)  

Rascunho ~ Não existe pensamento inteiramente original, a não ser o rascunho inteligente do Universo. (15/02/2012)  

Releitura ~ A cada momento pensamentos podem surgir autênticos; ou seja, como uma releitura pessoal da realidade com base em pensamentos apreendidos e reciclados. (15/02/2012)  

Vazios criminosos ~ A classe política brasileira é a responsável direta pelos vazios legislativos criminosos que infelicitam os demais cidadãos deste país. (15/02/2012)  

Exigente atributo ~ Sermos todo amor é a meta na qual, normalmente, nos empenhamos desde que somos criança; mas, o mundo adulto teima em colocar empecilhos e dificultar-nos a realização desse exigente atributo. (15/02/2012)  

Notícia popular ~ Tome cuidado para não se tornar notícia popular, ela costuma ser manchete de página policial. (17/02/202)  

Textos e filhos ~ Para quem tem o dom e/ou ofício literário os textos que produz são como filhos, uns já nascem prontos para o mundo, outros, esperamos que amadureçam para a vida. (17/02/2012)  

Beleza e encanto ~ Quando se ama não é a beleza que conta é o encanto que a gente encontra. (17/02/2012)  

Burguesia emburrecida ~ Antigamente o sonho da burguesia brasileira era ter um apartamento em Paris e visitar o museu do Louvre (Musée du Louvre, instalado no Palácio do Louvre, em Paris); hoje, é consumir eletrônicos da China e ter uma casa em Miami. (17/02/2012)  

Chique no hálito ~ Nos dias de hoje civilizado e generoso é quem derrama diariamente enxagua-bucal perfumado na garganta da pia. (18/02/2012)  

Carnaval na "Gang" ~ Coberto de paetê jurídico e lantejoula judiciária vai brincar em casa o carnaval de 2012 o chefe da "Gang Fardada" de Alagoas, as purpurina, confete e serpentinas ficam por conta do povo alagoano; padecendo com a maior taxa do mundo de mortes por assassinato para cada 100 mil habitantes - só faltam as cinzas da absolvição na quarta-feira. (19/02/2012)  

Ismo, bil e ril ~ Seja lá em qual sistemático "ismo" for, o ignóbil e o pueril são sempre a massa de manobra e moeda política de troca. Já o questionador e o insurgente, resistência do aperfeiçoamento, são o eterno pesadelo dos oligarcas; principalmente dos de ficha suja transitada em julgado - uma questão animal. (20/02/2012)  

Contumácia ~ A injustiça sempre estabelece uma dependência sadomasoquista com a poesia. (20/02/2012)  

Tenda dos milagres ~ As grandes tendas nacionais de cura e libertação - que, dão ao povo o que o sistema nega -  estão a cada dia mais voluntariamente frequentadas. Mais do que, em igual condição, qualquer comício - ou horário obrigatório na TV - político-eleitoral. São milhares de desassistidos, e só resta ao povo o milagre. (20/02/2012)  

Orgia bichada ~ Se carnaval fosse coisa boa bicheiro não financiaria escola de samba. (20/02/2012)   

Horda alegórica ~ Torcedores rasgam os votos da apuração, incendeiam carro alegórico e detonam o resultado do concurso das escolas de samba paulistanas no carnaval de 2012. E, a FIFA querendo a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. "Pimenta nos olhos dos outros é [...]" (21/02/2012)   


(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Purificar-se à luz


  Por George W de B Cavalcanti*


Nasce um outro dia para nova aurora,
luz com profusão do conteúdo da vida,
ao ventar que leva a claridade embora;
outro já vem e traz um novo vigor à lida.

Natural são os cânticos de admiração,
de perplexidade intensa e embevecida,
ao franco olhar do bicho de estimação;
a sublimar enfim toda desilusão sofrida.

A junção de gotas faz cascata atrevida
capaz de banhar e limpar toda criação,
é fonte luminosa da energia pretendida.

É vivência por luminescência envolvida
pingo a pingo a ecoar como um trovão,
toca e acorda a humanidade renascida.


(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Por que chora o Brasil? A glória é de Deus, não é de homem



Por George W de B Cavalcanti*


Verso temático: Então os principais Koanim (sacerdotes) e os p'rushim (fariseus) convocaram uma reunião do Sanhedrim (Sinédrio) e disseram: "O que faremos? Esse homem está realizando muitos milagres. Se o deixarmos seguir caminho todos confiarão nele, e os romanos virão e destruirão o templo e a nação".
(Yochanan / João 11:47 e 48)

Gente chora 'desde que gente é gente', pelos mais diversos motivos; característica típica de nós humanos que, choramos de dor e tristeza, mas, de alegria e de prazer, também. Até os desumanos choram, em sua hipocrisia crônica ou no desespero do qual se imaginavam isentos. Outros alimentam - sabe-lá por que motivo bobo - preconceito contra a emoção, a comoção e o pranto; mesmo enquanto culturalmente latinos; emotivos, passionais e chorões, por herança cultural. O que, ao meu ver, é uma honesta e generosa herança. Até porque esse é o humano natural privilégio que, nos traz alivio na dor e nos põe um belo brilho quando estamos em estado de graça; em suprema felicidade.

Há algum tempo - ainda recente - tive alguns rápidos diálogos com um jovem líder congregacional de projeção, e, em ambas ocasiões, suas maneiras e palavras eram "reforçadas" por uma postura impressionante de impessoalidade e ausência de emotividade para com o interlocutor - no caso, eu -; por mais candente e lancinante que fosse a problemática então abordada. E, em determinado momento ele colocou esta "pérola": "não,  porque, nós aqui costumamos querer saber é se o cidadão tem ou não tem condições de..." (...resolver a questão de imediato). Sim, ele colocou a prioridade no 'ter' e não no 'ser'; do tipo: se não tem não é, não serve. E, que chocante foi para mim aquele diálogo.

Foi dessa forma: pragmático, objetivo, sintético, frio, seco e sem nenhuma empatia; o que inexoravelmente incluiu uma, digamos, engenharia reversa no meu universo emocional. E, eu humildemente cá do outro lado da linha, consciente desde os meus tenros anos da minha ascendência b'nei anussim (ספרדים), sefardi. E, também por isto pela graça do Eterno, um sincero na busca por teshuvah (retorno cultural, religioso e espiritual). Mesmo quando eu ainda não conhecia esta maravilhosa palavra hebraica em seu significativo poder transformador. E, confesso que estranhei que um nosso religioso estivesse, naquele momento, expressando-se de modo a lembrar-me costume de profissionais da política nacional.

Desde há muito sou consciente que, quando choramos ao seio materno já somos seres políticos; negociamos politicamente - mediante choro e esperneio no colo - com a nossa mãe um direito líquido e certo, que nos garante a sobrevivência - mas, esta, é a política boa. E, então, não é outra a reação natural materna no atendimento à preservação da vida senão o socorro maternal; emoldurado pela emoção e comoção que, em algumas ocasiões, mistura as lágrimas da genitora às da sua criança faminta. Impossível isentar-se de ternura, desde quando somos coerentes para com o que nos torna humanos na salvação: a emoção, a comoção e o pranto. Assim Yeshua (Jesus) chorou pelo amigo El'azar (Lázaro) antes de o ressuscitar.

A racionalidade é boa, óbvio, mas, sem o conteúdo afetivo que a faz transcender a si mesma o seu fator erudito é capaz de fazer a pessoa descambar para o pior traço de personalidade que pode ostentar: a presunção; que subjaz à toda maldade que possa cometer e acometer uma ou mais pessoas. Assim, só ao identificar a maldade - que enfeixa o egoísmo, a cobiça, a indiferença e a injustiça - é que, conseguimos entrever elementos de motivação para determinadas atitudes da conduta política. Seja ela no âmbito familiar, social ou de agremiação partidária, pelo que historicamente temos em nosso país, ainda, um renitente, diversificado e amplo painel de indiferença e frieza relacional; e, de injustiça social.

Essa mesma indiferença e injustiça coletivizada é o que faz tantos brasileiros e brasileiras chorarem nestes tempos de ideológicas sandices e de toscas patriotadas; e de um ufanismo descabido, tanto quanto hipócrita. Sim, porque neste exato momento milhões de brasileiros estão chorando em macas nos corredores de precários hospitais, em pífias filas de trasplante de órgãos ou em infindável espera pela casa prometida após a última enchente ribeirinha. Mas, vale ressaltar o volume cada dia maior de clamor e pranto do nosso povo junto às sepulturas de seus entes queridos. Vitimizados que são principalmente por assassinato por armas de fogo; estas, disseminadas entre a marginalidade e a população em geral.

Esse dantesco panorama está quase sempre associado à nossa tragédia endêmica de corrupção em todos os níveis de poder - e, quase sempre com ligações com a proliferação das drogas ilegais e ilícitas. O que era endêmico passou a epidêmico e já infesta e corrompe toda a nossa nação. Então, isso tudo já não é caso apenas de polícia, mas, de segurança nacional; mesmo. E, por isso nosso povo se exaspera e chora cada vez mais; pelo precário atendimento no serviço público - e, até mesmo no particular - de saúde, de (in)segurança e (des)assistência social. Mas, somos um povo de tendência pacífica e ordeira; excetuando-se as hordas, digo, torcidas organizadas e o crime idem.

Embora que, a fóssil política nacional  - em sua histórica contumácia de negligência para com a população mais carente - use as grandes reuniões de libertação e milagres do dito "evangelismo de resultado" como recurso escapista; este já se adensa a ponto de envergonhar até mesmo aos demagogos de plantão. E, portanto, fácil é se constatar esse importante movimento das massas populares; bastando para tanto ligar o receptor de TV em qualquer horário. Porque, exponencial e impactante é o número de desvalidos pelo serviço público e com dificuldades pessoais e sociais que, acorrem e recorrem à  fé e à religião como real solução para suas vidas; e, não mais, às ideologias e propostas político-partidárias.

Copiosos prantos de arrependimento, gratidão e júbilo escorrem democraticamente pela face da grande maioria dos presentes às gigantescas concentrações de fiéis; seja em enormes galpões adaptados ou em logradouros apinhados de um público atento e ordeiro. E, em todos os quadrantes do país há maciça audiência, tanto televisiva quanto radiofônica alcançando e beneficiando igual número de almas sequiosas. Quando, além da pregação da mensagem redentora e salvífica das Sagradas Escrituras, são surpreendentes, superlativas e inquestionáveis as evidências de verdadeiros milagres. Porque, na maioria dos casos as bênçãos e graças alcançadas são inquestionavelmente autênticas.

Portanto, o que é que o Evangelho está fazendo no Brasil? A resposta é clara e simples: restaurando vidas. E, não mais através do homem de origem humilde guindado equivocadamente à condição de paladino da ética e da moralidade. Ou, de ex-guerrilheira que se dispõe a combater a ideologia materialista com base em uma outra ideologia, igualmente materialista. A mesma cantinela que levou "o cara" e seus correligionários a, quando no poder, se associar aos que antes nauseadamente repudiava. Até chegar ao desvario pragmático de adotar a controvérsia escancarada na aliança com nefandos antigos adversários, hoje predominantes na tal "base aliada"; aliados de si mesmos, pelas evidências.

Enfim, o povo brasileiro está assumindo a decisão de reagir e de agir mediante à conversão e vivência na ética do Sinai explícita na Bíblia e que, sabiamente, propugna pela busca do conhecimento e do compromisso com o Eterno; como cotidiana e contínuada restauração individual e coletiva. Embora que, nesse alentador trajeto, "emanações glaciais" eventualmente condicionem corações de religiosos no trato com os seus congregados; o que, nesse ponto, me entristece sobremaneira. Porque, amamos e seguimos àquele que atendia com amor e afeição ao mais pobre necessitado e aflito; até mesmo por um leve toque em seu sagrado manto. E assim, com o Seu supremo exemplo nos mostra que, não há salvação sem emoção, comoção e solidariedade, também.


(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

domingo, 1 de abril de 2012

Lágrima incandescente

 Da. Gerusa (92); luto, pranto e reza no enterro do filho e da nora, em 29.02.2012



Por George W de B Cavalcanti*


Noites que me arrastam em nostalgia,
como a perseguir gemidos pelo mundo
e a empurrar lentamente os meus dias;
que os perco e ganho a cada segundo,
ao alcançar vitória em meio às agonias.

Enquanto prossigo a resistir ao açoite,
e, a mata frágil esconde ecos da serra
sem o som dos tambores da liberdade
há muito calados na barriga do monte;
o refúgio, na fuga ao chicote no lombo.

Nesse vale de onde sustento arranco,
a terra clama pelo sangue derramado,
há nódoa, desde tempos de quilombo
até o cotidiano das viúvas lado a lado;
guardo o fortim de quilombola branco.

Ser ingênua criança, caboclo de lança,
talvez o leigo monge eremita internauta
que na solidão à emoção faz cobrança
a colocar antiga locomotiva nos trilhos;
tocar as notas de partituras sem pauta.

Sobre solo sagrado há guerra libertária
além da porta fechada por exílio velado,
o noturno lamento é flexa incandescente;
minha lágrima de fogo sai do imaginário, 
ao rezar minha mãe pelo filho pranteado.




(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

Rádios de Israel - escolha a estação

Antes de escolher uma rádio desligue outro áudio que estiver escutando.