Saudação

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O jardim das vassouras - cena e cenário


As 594 vassouras - uma para cada parlamentar - simbolizam grito 
contra a corrupção no jardim da Esplanada dos Ministérios.


Por George W de B Cavalcanti*


A nossa presidente (/a?), discursou na ONU, que legal! Saiu-se até muito bem, não fora a teimosia em alinhar-se demagogicamente quanto à política exterior - e, nenhuma palavra sobre mulheres (como a saudita de Jeddah, Shaima Jastaina, 30) condenada pelos "companheiros das arábias" a levar dez chibatadas por desafiar a proibição do reino contra a direção feminina. Sendo que, a nossa mandatária no âmbito doméstico, alguns dias antes havia comandado pessoalmente ações políticas no sentido de barrar a realização de uma "CPI da Corrupção" para investigar a fundo irregularidades - que não param de recrudescer -  no Ministério dos Transportes.

Vale salientar que, em matéria de faxina doméstica o povo sabe muito bem a sua importância fundamental e que é uma questão de educação sanitária; politicamente, imprescindível ao país. E, que eu lembre-me, o primeiro mandatário geral do nosso país, a propor a vassoura como símbolo e ênfase de governo foi ex-presidente - de simplória memória - Jânio da Silva Quadros. Eleito porque o povo, a grande massa, o verdadeiro cidadão, a consciência lúcida nacional; queria - como agora clama - faxina política na administração pública.

Evidente que, o cidadão comum brasileiro em sua luta cotidiana pela dignidade e cidadania parece alcançar muito mais lucidez quanto aos rumos do país do que os abastados quadros da política partidária. Estas últimas, pessoas às vezes antes sensatas e comprometidas com as prioridades coletivas e que, ao sentar em uma cadeira do parlamento brasileiro se transformam ou se transtornam. Como naqueles macaquinhos da ilustração da omissão; ficam cegos, surdos e mudos diante do descalabro e do saque aos cofres públicos.

No passado Jânio - digo o povo -, ganhou a eleição, mas, não levou o mandato porque - no dizer do próprio - "forças ocultas" o 'renunciaram'; e, pior, o golpearam. Resultou em uma ditadura militar - com o meu respeito à caserna -, com todos os característicos vícios e mazelas que retardam o amadurecimento democrático de uma nação. Até porque ante a república e a democracia qualquer regime de exceção é perfeitamente evitável quando, com seriedade, é tratada na raiz do problema; o mal de base: a corrupção.

Esse mal é historicamente personificado e coletivizado; e, leva o indivíduo e/ou corporações ao paroxismo do cinismo e da inconsequência - seja pela via partidária, sindical ou de organização não governamental. Mas, em condição aguda, invariavelmente desemboca na formação de quadrilha ou bando de "colarinho branco" que, com toda maldade retira e toma de alguém alguma coisa. E, em política isto se chama injustiça social, má distribuição de renda e descumprimento dos deveres do Estado.

A contaminação é fácil e assume característica endêmica em países cuja educação formal "engatinha" e o domínio do conhecimento - em quantidade e qualidade - é um privilégio de uma elite apaniguada. E, por aqui ainda tem gente que imagina poder conviver com essa praga moral à base do tal "jeitinho brasileiro". Mas, que "jeitinho" que nada, aí estão os diversos setores estatais sucateados, a fraude nos programas sociais, na conservação do meio-ambiente, na infraestrutura e logística nacional.

Porque justiça social - não somente distribuição de renda - é diretamente proporcional ao aperfeiçoamento da administração do país na gestão da coisa pública; aplicação de perícia, competência, eficiência e eficácia. É o priorizar continuamente o planejamento no atendimento às futuras demandas do país, na busca constante de elevar a qualidade de vida democraticamente. E, sobretudo, deve impedir o morticínio de populares ora dizimados pela bandidagem; cujo braço livre e audaz vitimiza fácil até à ilibada magistratura.

Em sã consciência não se ousa achar que esta condição ou processo é coisa da latinidade, que faria parte do nosso folclore; em nossa visão romântica, determinista, fatalista e conformista. Até porque a indignação cívica, que se encontrava em estado de letargia desde o governo Lula, dá sinais de vida - e leva milhares de brasileiros às ruas para protestar contra a corrupção. Quando, após os avanços que emanaram dos governos Itamar Franco e de Fernando Henrique Cardoso, temos a certeza de que, por aqui, nós podemos.

Mas, falta mais; aliás, falta muito mais. Falta agregar e mobilizar continuamente - independentemente do time de cada um - as torcidas organizadas neste mutirão moral e ético. Pelo ajustamento de conduta nacional amplo geral e irrestrito; pelo bem do povo e pela felicidade geral da nação. Há que se convocar os jovens torcedores não para perseguir torcedor de time adversário, mas, para cassar o voto dos corruptos que sabotam os horizontes dos torcedores de todas as cores e credos.

Vamos plantar jardins de vassouras vede e amarela, para que a corrupção seja varrida hoje e sempre, até desaparecer da face desta nação. E, haja consolidação da responsabilidade social individual, partidária, organizacional e empresarial pela extinção da impunidade -, quando firmaremos posição como povo verdadeiramente desenvolvido. Ou, continuar “de bobeira” em percurso sobre rombos e roubos, e valas comum de impunidade - a nos retardar, senão impedir, manter o rumo ao bom êxito.

Pessoalmente acredito que essa danação toda que infelicita principalmente - e sempre - aos menos aquinhoados, seja mesmo uma patologia comportamental cujos estragos estão sempre à olhos vistas. Uma doença espiritual [intelectual e / ou mental, à escolha] do ser humano, cuja compulsão se caracteriza em buscar a sua própria felicidade em detrimento do próximo - como se isto fosse compensador - em suas causas primeiras e fins últimos.

Quando, a verdade irrefutável, axiomática, é que: em essência e consequência, a felicidade isoladamente não existe.  Como já o versejou Vinícius de Morais, o nosso querido poetinha, "fundamental é mesmo o amor; é impossível ser feliz sozinho". E, na vivência política como nos demais aspectos da vida não há que se envergonhar do amor, e sim de o compreender em sua forma aplicável mais ampla e coletiva; mais  retornável a cada um e, portanto, a todos.

Refiro-me aqui ao amor ágape (em grego "αγάπη", transliterado para o latim "agape"), o qual, como o dom da vida, é independente e soberano. Então, como negar a si e aos outros algo tão vital? Como se é capaz de imaginar que ao promover o mal ou seja, tirar algo do outro - porque é nisto que o mal se resume -, é possível garantir uma sociceade civilizada e a felicidade de seus descendentes? 

É por estas e outras que urge banirmos essa corrupção que, em tudo incapacita o nosso organismo social e nos adoece de morte -; até mesmo a um "gigante pela própria natureza".




(fotos ilustrativas - fonte: Google Imagens)

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