Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

domingo, 26 de junho de 2011

Transfusão de Memórias Minhas



Por George W de B Cavalcanti*


Voluntariamente, coordenei os comitês municipais,
Mas, a cidade não comenta, o meu espírito público;
Até parece que, os tais registros, nem existem mais.

Relatei a lei regulamentadora do ‘ECA’ em nível local,
Tudo laboriosa parceria com a liderança comunitária;
Mas, nem se comenta daquele trabalho exitoso afinal.

Ensinei em suas turmas do técnico-profissionalizante,
Docência zelosa do saber a receber salário simbólico;
Mas, aquele labor pela cidadania parece algo distante.

Treinei e inseri a seus jovens no mercado de trabalho,
O ramo dos medicamentos lhes foi um santo remédio;
Mas, por haver gerado a emprego e renda, nada valho.

Atuei em rádio AM, fui repórter e comunicador popular,
Comando da Tarde, um programa dominical vespertino;
Mas, tamanha utilidade pública, não parece sensibilizar.

Secretariei e fundei o seu internacional clube de serviço,
Prova cabal de apego à virtude, a escalar bom conceito;
Mas, a essa página da história também já deram sumiço.

Militei a politica partidária sempre com afinco e denodo,
Respeitando estatuto, hierarquia e o mais alto interesse;
Mas, nada credita ao tanto que fiz pela parte e pelo todo.

Ombreei-me ao trabalhador e defendi ao meio ambiente,
Candidatei-me vereador duas vezes e não comprei voto;
Mas, por não alimentar seus vícios deixei-a descontente.

Dirigi, no município, a maior escola de ensino fundamental,
Recuperei prédio, farda, merenda e até sua banda fanfarra:
Mas, desdenha todo bem ali ministrado e até parece fiz mal.

Coordenei uma equipe técnica em nova secretaria de estado,
O NEAS - Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo;
Mas, nem liga ao bom resultado de por ali eu haver passado.

Então, é burgo a esquecer de mim e que nem a si reconhece,
A desprezar ambos os seus poetas nascidos no mês de abril;
Mas, o seu tosco tratar enfim resulta numa cidade que adoece. 



domingo, 19 de junho de 2011

Viajando na Luz



Por George W de B Cavalcanti*


Então, que eu vi decerto,
Somente era rua deserta,
Paisagem de azul incerto,
Mantinha a alma desperta;
Nada ali era junto ou perto.

Rota fria de puro silêncio,
Ninguém por ali a passar,
E, nem pássaro a saudar,
Na tarde em lento declínio;
Ao tempo do novo milênio.

A viagem que bem condiz,
À emoção, amor nostalgia,
Fez meu coração voar feliz,
Bailar essa gentil luz tardia;
Cortar silêncio que algo diz.

Sua vistosa beleza distante,
Luminosa promessa faceira,
Convidativa como horizonte,
Ao final de uma tarde inteira;
Consome a um poeta errante.

Via-me naquele verde jardim,
No qual se afirmava sutil a lua,
Sem a bela flor diante de mim,
Assim prateou com a luz a rua;
Era um luar, e nela viajei assim.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Tome Tento

Por George W de B Cavalcanti*


Se, queres do bom saber, a contento,
A poesia que nos vem à asa do vento,
Provando sobreviver em hostil relento;
Traduz amor e luz em transbordamento.

Pousa o verso e repousa o pensamento,
Credita a mente poética o merecimento,
Ao lograr vitória sobre o mundo violento;
Desmando que manda cada novo evento.

A perfídia espalha a prole pelo casamento,
Quando poder e maldade geram o rebento;
Que mama leite podre desde o nascimento.

O porvir é pesadelo de inconfessável intento,
É maligna ganância, sem pejo ou sentimento;
Sem que abram a olhos esse povo desatento.



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sonho de Ícaro Caboclo



Por George W de B Cavalcanti


Só, repouso a cabeça e reflito,
Em bom e surrado travesseiro,
Ao aconchego do que é infinito,
Meu pensar é faminto rebento;
Projeto almejado a cada passo,
Na tepidez íntima do meu ninho,
A reclamar poesia qual alimento.

Vem à inspiração intempestiva,
Ideia quase me toma de assalto,
Mas, não rouba e só acrescenta,
Alimenta uma vocação inventiva;
Nutre em si mesma a esperança,
A boca da noite para céu aberta,
A receber versos que vem do alto.

Assim, me refaço em um instante,
Ascendo-me em triunfal migração,
Voando em círculos vou às alturas,
Planar sobre pícaro à pura emoção;
Ao contemplar a face da conjuntura,
Ter vista e nuvens como a literatura,
Que descreve o caminhar esse chão.

A cada braçada gente se esquece,
Que acima o sol queima inclemente,
No alto brilha abrasador e soberano,
Ao consumir o ousar inconsequente;
De quem a si propõe ser novo Ícaro,
Na ousadia alada desse novo tempo,
Que induz a esse destemor tamanho.

Uma cera que não firma a pena à asa,
Frágil fantasia que não sustem desejo,
Antes o transforma em ousar medonho,
Decantadas letras em uma estalagmite;
Gota a gota erguida nos limites da casa,
Sólida coluna a ligar a planos desse vão,
Espaço de caverna aonde voa um sonho.




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