Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O prazer compartilhado - gratificação holística


Por George W. de B. Cavalcanti*


Tudo, nesta realidade tridimensional na qual existimos, tem a sua escalada constitutiva enquanto energia e /ou matéria, inorgânica ou orgânica. Do nível micro ao macro no cosmos – organização das coisas no espaço – tudo e todos parecem estar em expansão – e/ou pulsação. Como se atribui estar o incomensurável todo que chamamos de Universo.

Essa dinâmica estruturante de sistemas é comum a todos os reinos, seja o mineral, o vegetal ou o animal. E, salvo acidentes de percurso ou colapso por fadiga, todos tem no ápice da interação mútua uma justificação da sua existência. A qual, acredito, não ocorre apenas para simples e generalizado consumo.

Entendo que exista no bom êxito dessa atividade - seja na condição inconsciente, consciente ou autoconsciente - sucessivos e variados graus de satisfação, de inerente prazer. No qual a perpectiva de gozo, climax ou, de orgasmo, vai do mais rudimentar e básico ao mais satisfatório.

Especialmente a nós humanos foi dada - sempre proporcional ao nível de conhecimento e de consciência de cada um -, a possibilidade de identificar e de usufruir da justa gratificação. Seja ela objetiva ou subjetiva, imanente ou transcendente.

Da realização dessas possibilidades depende a história da felicidade de cada um de nós. Nessa gama de fatores e situações que constituem o imenso espectro de interações disponíveis. E, a todos e cada um, o desafio do prazer da experiência específica.

Assim, todo gozo é proporcional à percepção, sensibilidade e acuidade. Habilidades com as quais cada um constroi o roteiro de gratificação face à luta. E, nisto, emblemática é a concepção da parceria orgástica.



Felicidade Inerente e o básico transcendente



Por George W. de B. Cavalcanti*


Tomando por base os meus estudos, a observação da realidade e a minha vivencia pessoal sou de opinião que, a sanidade e o bem estar de tudo e de todos depende de dois fatores existenciais fundamentais: a luta (subsistência) e o prazer (gratificação).

O primeiro é responsável pela presença física e orgânica no espaço e no tempo e, o segundo, pelo estímulo a continuidade do primeiro. E, é do nível de equilíbrio (equivalência) entre ambos que decorre o prognóstico (expectativa) de viver com mais ou menos alegria.

Então, é preciso enterder que além de uma dinâmica é uma permuta e, mais que isto, uma parceria. E, esta, é a palavra-chave que pressupõe a série de preeminente valores que ensejam um saudavel climax; respeitosamente, o orgasmo de cada prazer.

O clímax do prazer, seja intelectual, espiritual ou sensorial - e, existiria por acaso esta separação? - deve ser ecologicamente correto e incluir no próprio o do outro.

Vamos conbinar, que este ápice é plataforma sustentável existencial não há duvida, mas, ainda pouco conhecida em suas múltiplas conotações.

Por isto, nos propomos a abordar o tema numa tentativa de visualizar ainda mais amplos e fascinantes significados.

Porque somente em parceria avançaremos nessa estimulante fronteira do conhecimento.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ao Aveludar das Pedras



Por George W. de B. Cavalcanti*


As pedras rolam, à exceção daquelas que criam lodo até virar sedimento por nunca mudar de posição ou lugar. Estáticas, a jamais experimentar outro terreno, outra interação, outro encaixe e outra possibilidade. Fora de leitos ou de rotas, são, por assim dizer, pedras mortas.

Se mantem no meio do caminho como objeto qualquer que nunca transpõe e sempre é transposto, não fora os movimentos de rotação e translação do próprio planeta. Este, grande pedra fragmentada, mas em movimento que une o seu entremeado de magma e águas.

Outras, que rolam e que saem de seu lugar cujos motivos não vamos aqui questionar, porque em dimensão cosmológica, são incontáveis. A realidade é que tombam e tornam a tombar, a chocar-se e a abrasar. Às vezes portentosamente, retumbantes como se fora sólidos trovões.

Estar à mercê da inércia simplesmente é oferecer-se ao musgo, ao parasitismo como um seu passivo lastro. Não ser ator de eventos é não ter histórico de movimento, apenas o estar geológico. O que reduz, em muito, a chance se se assemelhar à matriz terreal esférica.

Até onde conheço os corpos celestes, aqueles que são significativos de órbita estável são esféricos ou tendem a sê-lo. E, assim escrevo para ilustrar como o imobilismo é bisonho, semelhantemente em nós humanos também minerais e, ás vezes, pétreos ao ocaso.

Pelo que, no que me diz respeito, ocorre-me parafrasear o pensador andino e dizer: confesso que rolei (vivi). E, o faço a tempo suficiente para dizer sem sombra de dúvida que sempre lutei para que não parasitassem sobre mim, como se fora eu uma alegoria de lodo do lago.

Vezei sobre montes e vales, areias, pântanos e cascalhos tantos. Agora, invariavelmente exibo os resultados, e sinto-me gratificado. Sou um ser que rolou até sobre estiletes os mais pontiagudos; pedras lascadas, ouriços do mar travestidos de gente em couraça.

Quedas e atritos tantos me aguçaram o coração e a mente, quase sempre à revelia; ao acaso que de chofre sai da densa bruma do imponderável. Ocasional oposição única, desígnio, destino, sei lá; só sei que quando passa deixa o seu nome gravado: o inescapável.

Reconheço nisto um tanto da minha própria história; testemunho vivo que sou do arrasto. O suficiente para que a esta altura do meu tempo já me sinta um seixo. Liso, livre e escorregadio, que é o aveludar-se da pedra. Modo como essa vida no diz que a polidez é ganho.

Que, ao menos de agora em diante, os meus iguais me permitam entre eles o meu lugar. Quedar-me atentamente e sem criar lodo, porque a o oferecer aos peixes como pasto. Ser outro seixo em leito de córrego cristalino, a sentir como gentil carícia o polir de suas águas perenes.




domingo, 12 de dezembro de 2010

Um olhar sobre a idade



Por George W. de B. Cavalcanti*


Sem hipocrisia nem falsos moralismo há que se admitir que, por um bom tempo de um tempo bom, pernas abertas é o sorriso da vida - "de orelha a orelha"; nem que seja involuntariamente em sonho ou em febril devaneio. Até porque a vida nos faz sorrir ou chorar em forma de pessoas. E, é essa alternância que traz os tipos inesquecíveis à nossa vida.

Acontece que, se nos detivermos por algum momento a nos esguelhar de alguma esquina do tempo, embevecidos nos contemplaremos em dança com alguma/as dela/s. Quem sabe em um grande e belo salão de baile ao som de um bolero, a rodopiarmos até aonde nos permita a memoria e a emoção.

Porque, o que é essa vida senão degustar no tempo os resultados e derramar por ele nossas lágrimas seja elas de tristeza, ternura ou alegria. Tão certo e justo é isto que, sinto pena das pessoas que não choram. Entendo que, nasceram amputadas de alguma parte importante do espírito.

Além de que entender que para este tipo de congênita deficiência não há prótese possível - seja ela fixa ou móvel, outra lição que aprendemos ao longo do escoar do tempo e do vivenciar é que: à medida que envelhecemos torna-se mais difícil imaginar-se em um futuro com dias felizes.

A não ser pelo caminho da fé – embora que “a mulher da foice” troque chaminés por chame nós – temos que reconhecer que somos todos essencialmente jogadores. Uma vez que, desde tenra idade adquirimos o "vício" de apostarmos em nós mesmos.

E, nisto até perde-se o horizonte e se extrapola com prejuízos generalizados que, provocam solavancos no avanço da história; geralmente da dos outros. Pela cegueira de raciocínio que fazem muitos, figurada ou literalmente, cair do cavalo.

Mas, às vezes é preciso se ficar cego diante do espelho para se desenvolver o tato e outras sensibilidades. Para entender que, embora o tempo tenha o seu ofício, o que realmente nos faz envelhecer é a nossa data de nascimento.

Enfim, é preciso regularmente lançar um olhar sobre o tempo, mesmo que seja de esguelha ou de soslaio. Para que, a despeito da nossa data de nascimento, seja perene o nosso sonho. Porque o sonho é a matéria que ajuda a construir pontes no vazio.
 

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