Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A minha tintilante sacolinha de palavras



Por George W B Cavalcanti


A
bordaremos neste, por oportuno, a três aspectos peculiares às cenas sociais e políticas de um povo que, por conta de suas triunfantes nulidades foi, no início do século passado, distinguido com a pertinente mais famosa queixa de Rui Barbosa - "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." -, o nosso eterno impávido colosso intelectual. Pelo que – de passagem – vale lembrar que as tais nulidades do seu tempo, a que se refere, jazem esquecidas e anônimas em infecta decomposição na "lata de lixo" da nossa história.

Neste afã tomamos por empréstimo do idioma russo o verbete intelligentsia e o seu antônimo e a postura que lhe é contrária. Estes últimos, já nominados inteligentemente por analogia pelo brilhante articulista J. R. Guzzo em sua página semanal na revista Veja, como a seguir organizamos.

Intelligentsia, sf. Palavra do idioma russo criada para designar a classe de gente que em geral vive nos degraus superiores da sociedade e a quem se atribui a capacidade de pensar o que é melhor para todos, devido aos altos teores de sua instrução, preparo profissional e Inteligência.

Burritsia, sf. Palavra que define uma classe de pessoas em tudo idêntica a acima nominada. Os que fazem parte dela também estudam muito, raciocinam “em bloco”, armam estratégias e, ao fim desses esforços, sempre chegam à conclusão errada – ou, entre todas as decisões possíveis, escolhem sempre a pior.

Espertetsia, sf. Classe de pessoas cujo conjunto de características é em tudo similar ao das citadas no verbete anterior. Com o agravante de considerar o seu país espertíssimo, por freqüentemente considerar a “malandragem” como uma forma superior de virtude.

Acreditamos que, bem apropriado é não duvidar que a burrice faz parte das doenças que não tem cura. E que, por isso mesmo produz efeito em qualquer época, como se pode verificar com tanta facilidade em nosso país nos dias de hoje –; mas, sosseguemos, nem tudo está perdido.

Existe uma disciplina denominada de Psicologia Cognitiva Lingüística que ensina a compreender e a tratar desse quadro mediante a aplicação “terapêutica e/ou profilática” do inesgotável arsenal vocabular. Como veremos em seguida nos seus pressupostos, importantes para a consolidação da vitória da inteligência.

“Sem uma interação que favoreça um constante crescimento de domínio vocabular – sem se conhecer a mais e mais palavras – é impossível a realização do pleno pensar humano. Ou seja, ampliamos o nosso pensar a medida que temos palavras novas para fazê-lo –; porque sem elas os novos e ampliados pensares inexistem”.

“Há a impossibilidade de pensar humanamente sem palavras, porque a ausência delas não permite que se desenvolva o raciocínio abstrato, classicamente humano”.

“O pensamento simbólico é a marca dos seres humanos e, hoje, não se acredita que sem palavras o seu pensamento seja possível –; que tenha capacidade de, como tal, realmente pensar”.

Vivemos em um mundo de palavras. Nossos pensamentos, o mundo de nossa imaginação, nossas comunicações e nossa rica cultura são tecidos nos teares da linguagem... A linguagem é o nosso meio... É a linguagem que separa os humanos do resto da natureza. (Richard Leakey, celebrado antropólogo)

A nossa capacidade de usar as palavras tem muito a ver com a nossa capacidade de pensar. E precisamos de um cérebro grande (três vezes maior do que o de outros primatas) para lidar com as exigências da linguagem. (Harry Jerison, neuropaleontólogo)

“A grande parte do nosso mundo moderno requer a inteligência que se estrutura por intermédio de palavras. Quem não aprendeu bem a usar não sabe pensar. No limite, quem sabe poucas palavras ou as usa mal ou tem um pensamento encolhido”.

Os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento. (Ludwig Wittgenstein, filósofo)

“O bem pensar é indissociável da competência de bem usar as palavras. E neste particular não restam dúvidas de que a educação tem muitíssimo a ver com o desenvolvimento da capacidade de usar a linguagem. Portanto, o bom ensino prioriza a competência lingüística”.

Mas a guisa de embasamento estatístico que favoreça a reflexão de nós brasileiros, vamos às informações pertinentes recentes e amplamente divulgadas pela imprensa nacional e internacional, ou seja:

1. Pelos testes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), na 4ª série 50% dos brasileiros são funcionalmente analfabetos –; ou seja, escrevem, lêem, mas são incapazes de interpretar os textos;
2. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), a capacidade lingüística do aluno brasileiro corresponde à de um europeu com quatro anos menos de escolaridade.

Reitero, portanto, a minha gratidão ao meu já falecido pai de saudosa memória – que regularmente varava madrugadas sorvendo palavras em livros, revistas e jornais –, exemplar indutor do meu gosto pela aquisição de palavras. Tanto que costumo, desde que me lembro, buscar humilde e cotidianamente - com devoção quase religiosa - novos saberes junto a 'congregados' textos e contextos -; sejam eles populares ou eruditos.

Enfim, asseguro que, quando faço a coleta nas fileiras do saber, para mim tanto faz se o óbulo do conhecimento apresenta-se com feição filosófica, de bula de remédio ou rótulo de papel higiênico -; porque as palavras igualmente manam generosamente para a minha ‘sacolinha de coleta do conhecimento'. Todas brilhando aos meus olhos e tilintando aos meus ouvidos, como verdadeiras moedas de ouro.




terça-feira, 7 de julho de 2009

Sintomas de 'Mal de Teflon'

Por George W B Cavalcanti


O
s verdadeiros estadistas a avaliam e, eu, arrisco por aquí as minhas olhadelas sobre a história recente deste país. E, muito provavelmente, tanto para os famosos quanto para este desconhecido 'rábula', o espanto é o mesmo. Até porque, na realidade o conceito do brasileiro enquanto pessoa e aspirante a cidadão continua baixíssimo nos aeroportos internacionais da vida. É vexame, constrangimento, humilhação, prejuízos - quando não morre massacrado à sangue-frio pela polícia inglêsa - e deportação a toda hora -; e, tome "pé na bunda" repatriado. Mas, o que isto importa para os senhores atuais presidentes - o da República e outro do Senado? É mole não mas, estão de há muito mais ligados do que arroz cozido chinês, quem diria... PT - Partido dos "Transformers"!

Enquanto isso o país segue infestado não só pela gripe 'A-suína', mas por males muito mais virulentos e fatais -; haja vista o sorvedouro social vertiginoso a levar o país pelo ralo. Furacão e tufão são 'cafés pequenos' se comparados à quarentena imposta à cidadania pela corrupção, bandidagem, impunidade, legislação surreal e/ou caduca e pela justiça parcial e lerda. O seu rastro é a falência da segurança pública, os buracos (dentro e fora das estradas), a violência na escola (quando tem escola), saúde pública caótica e na UTI e Congresso Nacional desmoralizado. E, se adite a isto as catástrofes climáticas.

Transcende a tudo isto o destampar da "Caixa-preta de Pandora" de onde saltam aos olhos os 'Atos & Fatos" - muito mais os fatos - secretos do Senado. Está tudo na imprensa -; esta, 'bendita seja'! Diz a mãe democracia. Mas, o presidente da República por aquí só quer aparecer ao lado de time de futebol campeão, falar e passar "pitos fictícios".

Chegar junto dos fatos e vociferar contra o profundo fosso na distribuição de renda neste país, contra o êrro e a injustiça, agora somente no exterior. O interior das catástrofes fica sem visita mesmo -; é ruim para a popularidade do populismo. Poque, apesar de todas as aplicações do 'famoso anti-aderente', coisas feias podem grudar na imagem dele e de sua candidata.

Surpreendentemente à vontade, gosta do "jet set" internacional dos estadistas e está sempre lá fora, literalmente, viajando... Então a mídia internacional deita e rola em cima do 'fenômeno do senso prático' emergente (vulgo, jeitinho brasileiro). Ajuda as sonolentas redações dos noticiosos a sair da mesmice das manchetes de crise econômica. Até parece que ele só perdeu espaço com a morte do "rei do pop" norte-americano.

Temos todos os motivos para acreditar que ele esteja bem ciente do ridículo que é enquanto presidente não conseguir equacionar e debelar a problemática basilar do seu próprio país e, ainda por cima, posar de palmatória do mundo e pretenso estadista. Ora - e bota oração e reza forte nisso -, pura tática escapista eleitoreira de quem deslumbrou-se com o poder e mandou a democracia 'às favas'.

Só a alienada massa anestesiada pelo clientelismo bolsista parece não perceber e contiua a fornecer respaldo ás suas pesquisas de popularidade -; é tudo de que a inépcia administrativa e governamental do oportunismo peemedebista, digo, carreirista, necessita. No mais, o que - pasmem - se vê é: Lua & Sarney Co. Quem diria... PT - Partido dos "Transformers". Surtou de "Teflon".

Em tempo, o ministro Meireles - com todo respeito, a 'ama-de-leite da estabilidade econômica brasileira' - percebendo o fiasco iminente já vai "saindo à francesa" para a governança de Goiás... Missão cumprida? Nem tanto, é o que nos parece.

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